Oradores

Eleanor é Professora Catedrática Henry & Phyllis Shook na Raymond A. Mason School of Business, da William & Mary, onde lidera o IDEA Hub (Inclusive Design and Accessibility). A sua investigação centra-se na interação dinâmica entre a tecnologia e os seus utilizadores, com o objetivo de melhorar as experiências dos utilizadores através da inovação tecnológica.
Há mais de duas décadas que a Dra. Loiacono estuda a relação entre os seres humanos e a tecnologia, com especial enfoque em como as aplicações móveis e as redes sociais podem enriquecer a vida das pessoas. Reconhecida como uma líder de pensamento em design universal, analisa como indivíduos com diferentes capacidades interagem com a tecnologia. A sua investigação também abrange a diversidade na força de trabalho em Tecnologias da Informação (TI), especialmente no que diz respeito às experiências das mulheres nesta área.
Enquanto Investigadora Principal da bolsa ADVANCE da National Science Foundation, no valor de 1 milhão de dólares, intitulada “ImPACT: Increasing the Participation and Advancement of Women in Information Technology” (https://impactit.pages.wm.edu), liderou iniciativas para promover a inclusão no setor tecnológico. O seu trabalho tem sido amplamente publicado em prestigiadas revistas da área dos sistemas de informação, como a Journal of the Association of Information Systems (JAIS), Information Systems Journal (ISJ), Management Information Systems Quarterly Executive (MISQE), Information Technology & People (IT&P) e Communications of the Association of Information Systems (CAIS).
Neurodiversidade na força de trabalho digital e no design
Resumo: Globalmente, uma proporção crescente da população identifica-se como neurodiversa, incluindo indivíduos com autismo, TDAH e dificuldades de aprendizagem. Estes indivíduos oferecem competências e perspetivas únicas que podem ser transformadoras para as indústrias de alta tecnologia, onde o sucesso depende de pensamento inovador e “fora da caixa”.
A minha apresentação irá aprofundar a investigação que avança na compreensão da neurodiversidade tanto no contexto laboral como no design digital. Um estudo destaca como indivíduos neurodiversos contribuem com talentos críticos para as indústrias de alta tecnologia, recorrendo a estudos de caso de empresas líderes nos EUA e na Europa para mostrar estratégias de integração eficaz deste talento em ambientes de trabalho orientados para a inovação.
Outro estudo proposto explora os desafios sistémicos enfrentados por pessoas com dificuldades de aprendizagem e défice de atenção (LDAI) em áreas STEM, sublinhando a necessidade de abordar barreiras em contextos profissionais e educativos. Este trabalho examina como as dinâmicas do local de trabalho influenciam os resultados de carreira e propõe soluções acionáveis, lideradas pelas empresas, para apoiar a retenção e o sucesso destes profissionais.
Complementando estas conclusões, um terceiro estudo identifica lacunas no conhecimento sobre acessibilidade entre estudantes de desenvolvimento tecnológico, enfatizando o papel da educação em fomentar a empatia e em preparar futuros tecnólogos para responder melhor às necessidades de utilizadores neurodiversos.
Em conjunto, estes estudos defendem mudanças para aproveitar plenamente o potencial das pessoas neurodiversas em domínios profissionais e digitais.

Robert Winter, Universidade de St. Gallen (HSG), Suíça, é professor catedrático de engenharia de sistemas de informação e gestão e diretor do Instituto de Gestão da Informação da HSG. É também diretor fundador do programa de Executive MBA em Business Engineering da HSG e desempenhou, durante muitos anos, o cargo de presidente do Programa Doutoral da Escola de Gestão. Tendo sido vice-editor-chefe da revista Business & Information Systems Engineering e editor sénior do European Journal of Information Systems, exerce atualmente funções no conselho editorial da MIS Quarterly Executive. Os seus principais interesses de investigação centram-se na metodologia de investigação em ciência do design e em tópicos de gestão de SI ao nível empresarial, tais como coordenação arquitetónica, governação de plataformas digitais ou governação da transformação empresarial. Uma das suas publicações recebeu o prémio AIS Senior Scholars’ Global Best Paper em 2017.
Lidar com a Complexidade na Investigação em Ciência do Design – Como os Escalões Podem Ajudar os Investigadores a Organizar o Processo, Colaborar com os Profissionais, Validar Continuamente e Gerir Artefactos Intermédios de SI
Resumo: Design Science Research – DSR – tem como objetivo formar conhecimento sobre soluções inovadoras para problemas do mundo real. Consequentemente, a DSR precisa de lidar com a complexidade associada aos espaços de problema e de solução, os quais envolvem fenómenos sociotécnicos que são percecionados de forma diferente pelas pessoas e estão sujeitos a mudança constante. Esta complexidade desafia o caráter sequencial e baseado em processos da metodologia de DSR existente. Num artigo recente da MISQ, propusemos uma extensão metodológica da DSR para lidar com a complexidade através da introdução de uma lógica organizacional complementar. Com base na teoria dos sistemas hierárquicos e multinível, sugerimos organizar a DSR em torno do conceito de “escalões” (echelons) e propomos um conjunto de cinco escalões de design genéricos que implicam uma lógica organizacional hierárquica para projetos de DSR.
Com base numa breve motivação e introdução à abordagem, demonstramos a DSR escalonada, ilustrando como são formadas subunidades de um projeto complexo de DSR, criando assim uma lógica organizacional adicional que amplia as noções tradicionais de iterações e fases do processo. Em particular, ilustramos que tipos de artefactos intermédios de SI, autónomos, devem ser diferenciados e como estes melhoram a colaboração com profissionais e a validação contínua do design.
A DSR escalonada promete não só melhorar a orientação e a validação de projetos complexos de DSR, mas também alargar o foco do design, de uma perspetiva centrada no processo, para uma cadeia de artefactos intermédios de SI. Apresentamos algumas opções de colaboração e produtividade para a comunidade DSR como um todo que resultam desta visão mais ampla. Ao emergirem da sombra da visão exclusivamente processual do design, os artefactos de SI permitem que futuras extensões metodológicas da DSR abordem o alargamento da tipologia de artefactos de SI, o aprofundamento da compreensão sobre como abstrair e contextualizar artefactos de SI, e a identificação de padrões de problema-solução em DSR.